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Diplomata ucraniano diz esperar que Brasil contrarie Rússia sobre regiões separatistas

  • BBC -

O encarregado da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, disse nesta segunda-feira (21/02) esperar que o governo brasileiro contrarie o governo russo e não reconheça a independência das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia. A declaração foi dada em entrevista à BBC News Brasil.

Mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que a Rússia reconhecia a independência das duas regiões e que previa o envio de tropas para a região.
"(Espero) o não reconhecimento desses territórios. O governo brasileiro sempre se posicionou a favor da nossa integridade dentro das fronteiras internacionalmente reconhecidas", afirmou Tkach.
Questionado sobre se o governo brasileiro deveria então se posicionar contra o governo russo, o diplomata ucraniano disse que "sim".

"Sim. (Esperamos) a mesma posição que o governo brasileiro adotou a respeito da Crimeia. O governo brasileiro não reconheceu a Crimeia. Do mesmo jeito que eu espero que não vá reconhecer os territórios das regiões de Donetsk e Lugansk", disse o diplomata.

A menção à região da Crimeia feita por Tkach remonta o ano de 2014, quando Putin anexou a Península da Crimeia, região que pertencia à Ucrânia desde os anos 1950. Na época, o governo brasileiro, liderado pela então presidente Dilma Rousseff (PT), não reconheceu a anexação, mas também não a condenou.

O anúncio de que o governo russo iria reconhecer a independência das duas regiões separatistas ucranianas aconteceu no início da noite no horário brasileiro. Diversos países como os Estados Unidos, Reino Unido além da União Europeia já anunciaram que irão impor sanções como reação à medida tomada por Putin.

O Brasil, no entanto, ainda não se manifestou oficialmente o assunto. A BBC News Brasil enviou questionamentos sobre a posição do governo brasileiro em relação ao assunto, mas até o momento o Ministério das Relações Exteriores não se manifestou.

As declarações de Tkach acontecem cinco dias depois de o presidente brasileiro ter feito uma visita oficial à Rússia e se encontrado com Putin. Sem mencionar a crise na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, Jair Bolsonaro disse que prestava "solidariedade" à Rússia e que acreditava que Putin "busca" a paz.

"Entendo a leitura do presidente Putin, que ele é uma pessoa que busca a paz. E qualquer conflito não interessa a ninguém no mundo", afirmou Bolsonaro.
Em outro momento, Bolsonaro afirmou que o Brasil era solidário a qualquer país desde que ele buscasse a paz e voltou a dizer que acreditava que este era o caso do presidente russo.

"Falei para ele que o Brasil é um país que apoia qualquer outro país e é solidário desde que busque a paz. E essa é a intenção dele", afirmou.
Questionado sobre se concordava com o teor das declarações de Bolsonaro sobre Putin, o diplomata ucraniano preferiu não se aprofundar.
"Acho que isso é uma questão entre os dois presidentes e não me caberia me manifestar", disse.

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